O Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) é um tratado entre Estados soberanos assinado em 1968, em vigor a partir de 5 de março de 1970. Atualmente conta com a adesão de 189 países, cinco dos quais reconhecem ser detentores de armas nucleares: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China - que são também os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. [1] Em sua origem tinha como objetivo limitar o armamento nuclear desses cinco países (a antiga União Soviética foi substituída pela Rússia). Nos termos do tratado, esses países ficam obrigados a não transferir essas armas para os chamados "países não-nucleares", nem auxiliá-los a obtê-las. A China e a França, entretanto, não ratificaram o tratado até 1992.
Considerado pelos seus signatários como pedra fundamental dos esforços internacionais para evitar a disseminação de armas nucleares e para viabilizar o uso pacífico de tecnologia nuclear da forma mais ampla possível, paradoxalmente apoia-se na desigualdade de direitos, uma vez que congela a chamada geometria do poder nuclear em nome da conjuração do risco de destruição da civilização.
Estados Unidos, Rússia, França, Inglaterra e China – todos signatários do TNP - possuem 90% das armas nucleares, sendo o restante distribuído entre Índia, Paquistão e Israel.[2
Acordo
Até ao presente, 189 países ratificaram o documento, e nenhum deles se retirou do pacto, exceto a Coréia do Norte, que o fez em 2003.
Os signatários não-nucleares concordaram em não procurar desenvolver ou adquirir esse tipo de arma, embora possam pesquisar e desenvolver a energia nuclear para fins pacíficos, desde que monitorizados por inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sediada em Viena, na Áustria.
Monopólio
Mas o tratado teve seus efeitos. A África do Sul e toda a América Latina abandonaram toda atividade nuclear não-pacífica. Até agora, os inspetores da AIEA foram autorizados a visitar apenas os lugares declarados pelos signatários do tratado. Mas, depois do caso do Iraque, seus poderes foram ampliados, e os inspetores foram autorizados a fazer um trabalho especial nos países que fazem parte do tratado, incluindo pesquisa em lugares que não tinham sido declarado
Crise
Os novos poderes da AIEA provocaram uma crise com a Coréia do Norte em 1993: o país, que tinha se juntado ao tratado em 1985, ameaçou se retirar. Os norte-coreanos iniciaram o período de 90 dias de aviso prévio exigido dos signatários que desejam se retirar, mas foram persuadidos pelos Estados Unidos a suspender esse movimento um dia antes do fim do prazo. De acordo com a AIEA, esse aviso prévio de 1993 não teria validade. Um porta-voz da agência disse à BBC que, do ponto de vista legal, a Coréia do Norte teria que informar a todos os outros signatários e ao Conselho de Segurança da ONU sobre suas intenções de se retirar do tratado, antes que o período de aviso prévio começasse a ter validade.
O programa de energia nuclear do Irã é usado como pretexto para os Estados Unidos alegarem que o país desenvolve capacidade nuclear militar, o que tem provocado tensão crescente no Oriente Médio, apesar das declarações do governo do Irã de que o programa destina-se ao fornecimento de energia e uso científico - não para fins bélicos.
Israel, que desenvolveu tecnologia nuclear suficiente para fabricar armas nucleares, é citado pelo instituto [4] como detentor de capacidade atômica militar. Segundo David Albright, Frans Berkhout e William Walker, autores do livro Plutonium and Highly Enriched Uranium 1996: World Inventories, Capabilities and Policies, em fins de 1995 Israel possuía 460 kg de plutônio, a Índia possuía 330 kg e o Paquistão, 210 kg de urânio altamente enriquecido. Esses estoques estão fora do controle internacional e admite-se que sejam parte dos programas nucleares de cada um desses países.
Revisão do TNP
Entre 3 e 28 de maio de 2010, realizou-se mais uma Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear, na sede das Nações Unidas, em Nova York .[5] Em 28 de maio, os países signatários do TNP chegaram a um documento de consenso - o primeiro em dez anos - que inclui a interdição total de armas de destruição em massa no Oriente Médio. O documento final da Conferência prevê planos de ação para cada um dos três pilares do TNP:
- Desarmamento;
- Controle dos programas nucleares nacionais, e
- Utilização pacífica da energia atômica.
Os países signatários do TNP decidiram também organizar, em 2012, uma conferência internacional "para a qual todos os estados da região estão convocados", que deverá resultar no estabelecimento da zona desnuclearizada no Oriente Médio.[7] O texto se refere a todos os países do Oriente Médio, incluindo o Irã. Porém, o único país citado nominalmente é Israel, que não é signatário do TNP. No dia seguinte, 29 de maio, o governo israelense divulgou uma nota informando que não participará da conferência de 2012 e classificou o documento de "falho" e "hipócrita".[8]
FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_N%C3%A3o_Prolifera%C3%A7%C3%A3o_de_Armas_Nucleares