"Now the Spirit speaketh expressly, that in the latter times some shall depart from the faith, giving heed to seducing spirits, and doctrines of devils; Speaking lies in hypocrisy;having their conscience seared with a hot iron;"1 Timothy 4:1-2

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Carta aos “Apologistas”




Para quem não sabe, apologista é alguém que toma para si a responsabilidade de “defender a fé”, a verdade da Palavra de Deus ensinada e testemunhada pelas Escrituras sagradas.
Poderíamos dizer que todo cristão tem potencial para ser apologista, e deveria sê-lo na prática, porque é necessário que estejamos sempre alerta aos falsos mestres e doutrinas enganosas que possam surgir, sendo infiltradas de modo sutil nas nossas igrejas, fazendo-nos enveredar por caminhos que não são o da Palavra de Deus.
Bom, isto é um fato, e eu particularmente adoro ver um apologista em ação, falando ou escrevendo algo que corrija um pensamento doutrinário equivocado, ou ensine o caminho correto segundo a Palavra. Entretanto, algo tem me dado náuseas, e eu decidi expressar minha indignação quanto a isso neste texto: são os “apologistas” sem ética.
Você já deve ter visto ou lido algum deles falando a “verdade”, pois o modo como eles agem é bem expressivo. A pretexto de defender a sã doutrina dos ensinos enganosos de falsos mestres, eles expõem irmãos na fé de modo grotesco, citando nomes, colando fotos em seus blogs e revistas, e chamando-os de falsos profetas na “cara dura”.
Vou confessar que isto tem partido meu coração. Não porque eu concorde com esta ou aquela doutrina chamada por eles de enganosa, mas porque não acredito que a maioria destes cristãos que são acusados de serem falsos mestres são realmente usados por satanás para desviar ovelhas do aprisco de Deus.
Acredito piamente que há três tipos de pessoas envolvidas nestas críticas:
1. Cristãos sinceros, verdadeiros, que estão sinceramente errados sobre o que pregam – ou seja, estão errando por ignorância.
2. Cristãos sinceros, verdadeiros, que estão pregando a verdade das Escrituras, mas verdades estas que os apologistas anda não entenderam – acredite, apologista, você não sabe de tudo (ninguém sabe).
3. Cristãos desviados da sã doutrina, que se entregaram a falsos ensinos porque lhes são convenientes. (Estes são os mais próximos do que os “apologistas” chamam de falsos mestres)
Seja lá qual for o tipo de cristão que esteja errado, temos que reconhecer algo muito importante: somos todos filhos de Deus (os que confessam Jesus como senhor de coração), e cada um anda na luz que tem e prega aquilo que conhece.
Se eu ou você estamos pregando alguma gafe doutrinária por pura ignorância ou equívoco, Deus com certeza terá misericórdia de nós, e aguardará pacientemente o dia em que teremos condições de receber a verdade com mansidão, e possamos pregar em linha com a revelação bíblica do Novo Testamento.
Às vezes, embora isto não seja o melhor de Deus, alguns de nós somos tentados a omitir alguns princípios bíblicos quando estamos pregando a verdade, para que não “escandalizemos” as pessoas e possamos atraí-las a Cristo. É nesta tentativa que muitos erram, se embaralham e acabam sendo rotulados como “cristãos que não pregam a cruz” ou “impostores da fé”, ou qualquer coisa do gênero cheia de deboche e totalmente desprovida de amor ágape.
Mas de uma coisa estou plenamente convicta: Deus não pregará uma placa com a inscrição “falso profeta” na testa de nenhum de seus filhos, nem Jesus publicaria posts expondo-os, nomeando-os, criticando-os, ou fazendo qualquer coisa que ferisse a dignidade e colocasse em xeque o caráter deles.
Não, Deus não é como nenhum dos “apologistas” que tenho visto por aí. Ele não derrota ministérios com um sopro, muito menos com vídeos no YouTube, pois além de ser amor, ele é ético.
A maneira de Deus lidar com as falsas doutrinas é a maneira como Jesus lidava com elas: ele subia num monte, de onde podia ser visto e ouvido por muitos, e pregava a VERDADE sem medo do que diriam os fariseus “apologistas” que defendiam a Lei mosaica com unhas e dentes, sem ética e muito menos amor.
As pessoas ainda têm subido aos montes hoje em dia – elas têm ido aos púlpitos, à TV, às rádios, e até mantido páginas em redes sociais, blogs e sites – mas o que me preocupa é que estão mais preocupadas em falar mal de pessoas, do que em pregar a verdade, e isto é lamentável.
Quantos dos que se autodenominam apologistas hoje não teriam feito o mesmo que os fariseus fizeram com Jesus Cristo?
O Filho de Deus foi chamado de Belzebu, acusado de pregar heresias, de violar a Lei, de “fazer-se igual a Deus” por chamá-lo de Pai, e tantas outras acusações que vemos hoje sendo feitas a homens e mulheres de Deus que estão cumprindo seus ministérios e levando pessoas a Cristo!
Muitas das coisas que Jesus disse e fez foram totalmente novas, e a Bíblia registra que eram “novas doutrinas” que, portanto, podiam ser taxadas de enganosas e falsas, contudo, ele não parou de fazer a vontade de Deus por ser incompreendido pelos ignorantes, que estavam “plenamente convictos da verdade”, e de estarem defendendo-a.
Ora, como exímios “apologistas” que eram, como muitos que vemos hoje, na tentativa de defenderem a Lei de Deus, estavam agindo contra o Espírito da Lei – O AMOR, e rejeitando o messias e sua doutrina!
Tanta “apologia” me faz questionar onde está Deus nisso tudo, e entristece meu coração.
Quero dizer aos meus amados irmãos “apologistas” que os amo sinceramente, e que os conheço pelo nome. Muitos de vocês poderiam estar aqui, no meu post, marcados como falsos profetas e hereges, para serem encontrados no Google como tal, desacreditados e maculados por minhas palavras, mas eu me recuso a fazê-lo.
Vocês pregam coisas diferentes das que eu creio, e as quais considero como erros doutrinários graves que cativam pessoas e as distanciam de Deus como Pai, como todo-poderoso, como provedor, como aquele que cura, e como tanta coisa que ele é para mim hoje, e não o pode ser para tantas pessoas que ouvem o que vocês pregam… Entretanto, eu não o farei.
Eu não os citarei, nem os difamarei. Não pretendo imitá-los. Não porque eu tenha medo de vocês. Não porque não queira desagradá-los. Não porque não tenha convicções firmes. Não porque não discorde completamente dos vossos discursos. Não porque não ame a verdade como vocês professam amá-la. Mas sim porque o Deus da Palavra me ensinou que eu não posso amar o que não vejo – Ele – se não consigo amar o que vejo – você (1 Jo 4.20-21), e também porque reconheço que a melhor forma de pregar e defender a verdade é vivendo-a, e a maior verdade que existe é o amor.
Amado irmão “apologista”, eu continuarei pregando contra a sua doutrina caso discorde dela, entretanto, quero deixar claro que eu JAMAIS PREGAREI CONTRA VOCÊ!
“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” Efésios 6.12
Inteiramente no amor de Cristo, de sua irmã e discípula do Mestre,
Luciana Honorata
VIA: PASTOR JOÃO NOGUEIRA DE LIMA