"Now the Spirit speaketh expressly, that in the latter times some shall depart from the faith, giving heed to seducing spirits, and doctrines of devils; Speaking lies in hypocrisy;having their conscience seared with a hot iron;"1 Timothy 4:1-2

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Tive fome e me destes de comer.



No Evangelho de Mateus, no capitulo 25, há a narração de um fato que acontecerá no final dos tempos, mas que não tem sido muito bem entendida pela população que freqüenta nossas igrejas. Jesus diz que o povo da igreja será separado em duas partes, e chamará o primeiro grupo para possuir o reino que está preparado desde antes da fundação do mundo, porque eles se dispuseram a suprir as necessidades dos "pequeninos". Quem são estes a quem Jesus chamou de "meus pequeninos"? Há pessoas que exortam ao povo da Igreja a pregar o evangelho para os doentes, encarcerados, mendigos e famintos com base nesta passagem da Bíblia. Não que isto não possa ser feito, mas eu entendo que quem não está na Igreja, está debaixo da maldição de Deus (João 3:36), dominado por um espírito de desobediência (Efésios 2:2). Assim, outra conclusão a que chegamos, é que os pequeninos de Jesus são as pessoas que estão (ou estiveram) na Igreja, abandonadas à sua própria sorte, desprezadas pelos outros irmãos, taxadas de "contaminadas", ou muitos outros predicados maldosos.

Jesus nesta passagem colocou em evidência seis situações: fome, sede, em terra estranha, nu, doente e aprisionado. O que significam estas situações?

Comida e água são necessidades básicas de um corpo. Transportando para o plano espiritual, qual seria a fome e sede de nossa alma? Amor, carinho, atenção, segurança... Absolutamente todos nós, sem exceção, somos carentes de carinho, e precisamos nos sentir amados, queridos, desejados, importantes. Precisamos sentir que há alguém que se importa conosco, que se preocupa conosco, que quer o melhor para nós, que somos alguém no mundo para alguém. Comida e bebida não são exatamente o que faz com que sejamos o que somos, porque os seres humanos, como animais que são, podem sobreviver nas mais miseráveis condições, com o mínimo de água e comida. Mas a falta de carinho, de amor e atenção, faz com que as pessoas queiram desistir de continuar vivendo... Pessoas que não se sentem amadas, queridas, desejadas, importantes na igreja, deixá-la-ão mais cedo ou mais tarde. Acreditam que ninguém notará a sua ausência.

Todas as vezes em que você ler na Bíblia sobre pessoas que estejam em terra estranha (Salmos 136), ou em terras secas, pedregosas e que não dão fruto, esteja certo: você estará diante de uma pessoa desviada dos caminhos de Deus, distante da presença de Deus. Aliás, na Bíblia há o relato de uma curiosa oração feita por homem que se encontrava no inferno (Jonas 2).

Vestidos na Bíblia significa justiça. Pessoas nuas são aquelas fora da Justiça de Deus, e que por isso não tem um comportamento digno do Evangelho, mas nem por isso sentem vergonha do que fazem, ou de como agem, porque acreditam que estão agindo de acordo com a Justiça de Deus (Apo.3:17-18, Rom.2:17-24).

Os doentes e aprisionados, de igual forma, podem ser entendidos como sendo pessoas que ainda são dominadas por algo que os impulsiona a agirem de modo contrário ao Espírito de Deus. O pecado nos torna doentes e nos aprisiona. O nosso relacionamento com o Senhor nosso Deus deve ser visto como um pai que diz ao seu filho: "filho, você deve permanecer sempre nos limites deste quintal. Nunca saia deste quintal. Se você sair, meu vizinho vai te espancar, te ferir, te machucar. Meu vizinho não pode me atingir, e quer atingir você para me fazer sofrer". E nós dizemos: "tá, papai!". Mas logo aparece o vizinho nos atraindo com toda sorte de balas, bombons e guloseimas; nos incitando à raiva, à inveja, à mágoa, de modo a nos afastar do quintal de nosso pai, e poder nos espancar e afligir. O nosso Pai, é nosso Deus. O quintal é a presença do Senhor, e o vizinho, é o Inimigo de nossas. A Bíblia diz que "aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará". Quem sai dessa sombra não está sob a proteção de Deus. E freqüentemente vemos pessoas que estão longe da presença de Deus, sendo seviciadas, torturadas, atormentadas nas mãos de nosso Inimigo (Salmos 107:10), e as deixamos de lado. Deixamos esses irmãos abandonados nas mãos de nosso Inimigo. Não vamos atrás delas.

O pecado faz com que as pessoas sejam prisioneiras. E não vamos visitá-las em sua prisão. A igreja é o único exército que abandona seus feridos no campo de batalha... para morrerem. É muito mais difícil trazer de volta uma alma para a Igreja, do que converter uma alma à Igreja. Mas mesmo assim, a grande maioria dos responsáveis pela Igreja moderna, concentram todos os seus esforços para trazer novas pessoas para a Igreja, esquecendo-se de desviar parte de seus esforços para manter as pessoas que estão conosco na Igreja. Você já reparou nisto?

A Bíblia diz que quem peca violenta a sua própria alma (Pv.8:36). Quem está em pecado, precisa de ajuda. Mas nós, crentes em Jesus, numa atitude arrogante e prepotente, acreditamos que os feridos e aprisionados do pecado não merecem a nossa atenção, a nossa piedade, a nossa... misericórdia. E deixamos que elas mesmos resolvam os seus próprios problemas, e curem as suas próprias feridas, e se libertem do jugo da escravidão do pecado. E se não conseguirem... bem, então pensamos: não era um predestinado... Aliás, em alguns casos a ausência de "certos irmãos" da Igreja até nos traz um pouco de alívio. São pessoas com quem não nos simpatizamos. E acreditamos que os problemas da Igreja diminuirão se o irmão for congregar em outra igreja, ou, simplesmente deixar a Igreja. E assim, não vamos atrás dessas pessoas. Gente, onde está o amor?

No livro de Gênesis, no capítulo 14, há a narração acerca do resgate de Ló, que habitava nas campinas de Sodoma e Gomorra. Houve uma guerra entre os reis que governavam pequenas nações na região da Palestina. E num dos ataques inimigos, Ló foi tomado cativo, com todo o seu gado, sua família, seus serviçais, e todos os demais bens. Um servo de Ló conseguiu escapar e avisou a Abrão, que se armou com 318 homens e partiu em resgate de seu sobrinho. Aproveitaram a noite, quando os inimigos estavam com a guarda abaixada, confiantes de que ninguém ousaria atacá-los, devido às recentíssimas vitórias. Abrão e seus homens foram vitoriosos. Arriscou a vida de seus soldados, sua reputação e também a sua própria vida para resgatar aquele a quem amava.

Há bem pouco tempo atrás estreou nos cinemas um filme dirigido por Steven Spielberg (esse cara é ótimo!) tratando sobre o resgate de um soldado aprisionado. O exército americano destaca um batalhão para resgatá-lo. Não é o que fazemos na Igreja. Deixamos aqueles que, por um motivo ou outro, ainda não foram totalmente curados, santificados, transformados, abandonados à sua própria sorte. Se eles forem feridos pelo pecado, deixamos que eles próprios se curem e voltem para a Igreja. E dizemos que o "irmão tem que aprender a andar sozinho". E se não voltarem...

Não! Definitivamente não! Não podemos ser irresponsáveis, indignos da missão que nos confiou nosso Pai. Não podemos abandonar as pessoas que foram enganadas, aprisionadas, feridas, violentadas pelo Inimigo à sua própria sorte. Elas tem que sentir que nós as amamos, que nos importamos com elas, que a sua ausência nos faz falta, e nos traz preocupação.

Deixe-me fazer uma pergunta para você. Uma não, duas: as pessoas que estão na igreja sabem que você se preocupa com elas? E você? Sente que as pessoas que estão na Igreja se preocupam, se importam com você? Que querem vê-la feliz?

Se não houver laços, cordas, sentimentos, emoções que te liguem aos irmãos da Igreja, é mentira deslavada dizer que "quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união" (Salmos 133).

Você conhece alguém da Igreja que pode estar se afastando da presença de Deus? Alguém que pode estar sendo espancado, seviciado, maltratado pelo Inimigo? Alguém que tem sede e fome de amor, de carinho e atenção? E você já fez uma visita a essa pessoa? Já foi conversar com ela, para lhe oferecer o seu apoio, a sua palavra amiga, a sua compreensão? Se ela está aprisionada pelo pecado (os "irmãos" dizem estar em pecado) você já foi visitá-la em sua prisão? Ou você se sente santa demais, pura demais, para se misturar com essa gente? Você acha que já tem problemas demais para ir atrás dos problemas de outros? Você sente que "não está preparado" para lidar com esta situação? Ou que não deve "se contaminar"? Na maioria dos casos, as pessoas se esquivam dizendo "vamos orar".

Você arriscaria o seu tempo, o seu dinheiro, a sua reputação, as suas palavras com alguém que esteja nu, com fome, com sede, doente ou aprisionada pelo pecado? A gravidade da resposta revela, mais uma vez, a gravidade da pergunta... Porque se você não arriscar, está correndo o sério risco de ficar à esquerda de Jesus naquele dia.

AUTOR: Takayoshi Katagiri - katagiri@nutecnet.com.br

FONTE: JESUSSITE
VIA: PASTOR JOÃO NOGUEIRA DE LIMA