"Now the Spirit speaketh expressly, that in the latter times some shall depart from the faith, giving heed to seducing spirits, and doctrines of devils; Speaking lies in hypocrisy;having their conscience seared with a hot iron;"1 Timothy 4:1-2

sexta-feira, 25 de março de 2011

TEMOS QUE PREGAR A TEMPO E FORA DE TEMPO! MISSÕES NO IDE DE JESUS.


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“A ALMA QUE PECAR, ESSA MORRERÁ”
Uma reflexão sobre o tema do juízo de Deus com base em Ezequiel 18
Rev. Paulo Severino da Silva Filho
INTRODUÇÃO
O Deus da Bíblia é um Deus de juízo. Este é um ensino eminentemente bíblico, do AT e
do NT. A justiça é um atributo essencial de Deus, definidor de seu caráter. Não o único,
mas essencial.
Se Deus não fosse justo, não seria digno de nosso respeito. Muito menos de nossa
adoração e de nosso amor.
Deus tem poder para julgar porque é o Criador e o Senhor de tudo e de todos. E ele faz
justiça. Em relação a todos.
Há um juízo – do qual ninguém escapa. E este juízo pode resultar em salvação ou em
condenação. Não há terceira alternativa. Algumas pessoas serão salvas, outras serão
condenadas no juízo divino. Ainda que Deus queira que todos se convertam e vivam, e
ainda que Deus não tenha prazer na morte de ninguém, nem do perverso (vv. 32 e 23),
nem todos escaparão ilesos de seu juízo. E não pode ser diferente. Pois Deus não pode
negar-se a si mesmo.
Vamos extrair do texto de Ezequiel 18 algumas lições sobre o tema do juízo divino.
I) O JUÍZO DE DEUS É INDIVIDUAL
Pais não salvam filhos; filhos não salvam pais. Do mesmo modo, pais não pagam por
pecados de filhos; filhos não pagam por pecados de pais. Chegava-se a pensar assim em
Israel, por causa dos sofrimentos causados pela dominação babilônica. Tal pensamento
se cristalizara num provérbio (v. 1). Mas esse pensamento estava equivocado.
A responsabilidade diante de Deus é pessoal. Esta concepção é um grande avanço
teológico, uma grande contribuição profética para a história da humanidade. É uma idéia
muito enfatizada por Ezequiel, que talvez seja até seu criador, o primeiro a percebê-lo
(veja-se também Ez 14 e 33). Antes, predominava a idéia de uma responsabilidade
coletiva – insatisfatória, injusta, desumana. Ex. história de Acã (cf. Js 7.24s – toda a
família de Acã foi punida com a morte por causa de seu pecado, e até seus animais; e isto
para que todo o povo não fosse castigado). A concepção encontrada em Ezequiel é uma
superação dessa outra concepção. É fruto de um desenvolvimento da teologia, de uma
melhor compreensão do caráter de Deus, que acontece segundo a natureza progressiva
de sua revelação acerca de si mesmo e de sua vontade.
Deus é um ser moral; nós, seres humanos, suas criaturas, também somos seres morais.
Somos pessoas livres e responsáveis, cada um por si mesmo. Pelas próprias ações, pelo
próprio caminho, pelo próprio destino. Não existem culpas hereditárias, nem méritos
hereditários. Cada um responde por si (vv. 4 e 20).
Destaca-se com isso o valor do indivíduo. Cada pessoa é única e irrepetível. Com cada
um de nós Deus lida diretamente, segundo o proceder de cada um de nós (v. 30). Por
isso, seu juízo é justo, não arbitrário. Num Deus assim se pode confiar. Um Deus assim
merece ser respeitado, adorado e amado. Pois nos respeita e valoriza como pessoas. E
individualmente nos julga.
II) O JUÍZO DE DEUS É EM RELAÇÃO A AÇÕES COMETIDAS NESTA VIDA, A ÚNICA
QUE TEMOS
Isto está claramente implícito no texto. Não há nova chance depois da morte. Idéias como
a da reencarnação não encontram respaldo na Bíblia. Segundo as Escrituras, a vida é
uma só. Depois disto, vem o juízo (Hb 9.27). À luz da fé bíblica, está errado o espiritismo
também nesse ponto. Importante e necessário dizer isto em tempos em que a doutrina da
reencarnação é tão difundida e tão aprovada, como se fosse prova da justiça de Deus e
fonte de consolo. Outro é o ensino bíblico.
Ao ensinar que a vida é uma só, a Bíblia destaca a seriedade da vida. E a importância do
presente, do agora. Pois o futuro depende do presente, tanto o futuro temporal quanto o
eterno. Agora joga-se o destino último de cada um, de aprovação ou de reprovação, de
salvação ou de desgraça. Enquanto se vive, há oportunidade, mas até quando? Afinal,
ninguém sabe quanto tempo vai viver.
A vontade de Deus é a vida, e só há vida na obediência à sua vontade – mas Deus não
nos força, não nos violenta, não nos obriga a viver segundo o seu querer. É preciso
dispor-se a isso, ouvindo e atendendo ao chamado gracioso de Deus, à sua palavra de
graça que oferece perdão e vida. Para todos. Desde que se arrependam e mudem de
atitude desde já. E assim sejam salvos no seu juízo. Pois seu juízo diz respeito à única
vida que temos para viver, por um tempo que desconhecemos. Isto nos leva a uma
terceira lição:
III) O JUÍZO DE DEUS É DE ACORDO COM A OPÇÃO ÚLTIMA DE CADA UM, PELO
BEM OU PELO MAL
Importa a atitude presente da alma diante de Deus. Mudando-se a atitude, muda-se o
juízo. Para a condenação e para a salvação. Ver vv. 21s e 24, ensino repetido em vv. 26-
28.
Deus não é contabilista; não faz um balanço de erros e acertos, não tem livro-caixa.
Salvação não é por obras (embora também não exista sem elas – pois somos salvos para
as boas obras, que evidenciam a realidade da nossa salvação). Salvação é pela atitude
do coração, pela decisão de ser obediente. Pela intenção de fazer a vontade de Deus,
intenção que se expressa em ações concretas e boas, e que as define em seu valor
diante de Deus (afinal, pode-se, por incrível que pareça, até fazer o bem com má
intenção). Assim sendo, salvação depende antes do propósito do que das realizações,
antes do arrependimento do que das obras.
Se os tópicos anteriores enfatizavam o valor do indivíduo e a seriedade da vida, aqui se
destaca a grandeza da graça. Há possibilidade de conversão e perdão – mesmo para o
mais vil pecador. Isto é graça – poder livrar-se do peso do próprio pecado, superar as
próprias culpas, ainda que muitas. Há salvação mediante arrependimento para todos.
A vida não é um jogo de cartas marcadas. Nosso destino não está escrito nas estrelas. A
religião bíblica não é fatalista. É possível mudar. Sempre. Enquanto há vida. Ainda que só
enquanto há vida.
Não adianta alguém confiar em méritos adquiridos, tornando-se espiritualmente
preguiçoso ou negligente, achando que seu saldo é positivo diante de Deus – ledo
engano. Só os que perseverarem até o fim serão salvos, como diz o Evangelho (Mt 10.22;
24.13; Mc 13.13).
Mas também não é preciso desesperar por causa dos próprios pecados acumulados,
ainda que muitos. Pois Deus é um Deus de graça e de perdão, de oportunidade até a
última hora, como se vê com o ladrão salvo na cruz (cf. Lc 23.39-43), em cima do laço,
como se diz, por ter sido capaz de reconhecer seu pecado, arrepender-se de seus erros
passados, e decidir-se por uma nova atitude. Ainda que não lhe restasse tempo para
concretizá-la em boas ações. Mas ele foi salvo, por sua opção última, que é o que importa
para Deus.
CONCLUSÃO
Há um juízo inescapável, que alcançará a todos. A Bíblia o ensina. A Igreja o crê. E afirma
sua fé na formulação do credo que diz que o Senhor virá para julgar os vivos e os mortos.
Será um juízo individual, em que cada um responderá por si. Único e definitivo, pois a
vida é uma só. E de acordo com nossa opção última, pelo bem ou pelo mal. Como o
Senhor nos encontrará?
Hoje é dia de mudar, se uma mudança for necessária em sua vida. É tempo de fazer uma
nova opção, pela vontade de Deus, opção definitiva e sem volta atrás.
Hoje, e sempre, é tempo de perseverar na prática do bem, revelando assim um caráter
novo e transformado, obediente à Palavra de Deus. Importa que nos mantenhamos no
caminho certo, para o nosso próprio bem, no presente e no porvir. Que Deus nos abençoe
e nos ajude a andar assim, por todos os nossos dias.
Rev. Dr. Paulo Severino
*O autor é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, professor do Seminário Simonton, onde exerce as funções
de coordenador do Departamento de Teologia Exegética e do Curso de Bacharel em Teologia, e doutor em
Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Para falar com o autor, envie um email para:
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